“Assim como me enviaste ao mundo, eu os enviei ao mundo. (…)
Assim como o Pai me enviou, eu os envio‘” João 17:18; 20:21 (NVI)
Esses dois versículos tão pequenos mudaram a minha vida. Isso aconteceu quando comecei a participar do grupo estudantil da ABUB Brasil no meu primeiro dia na Universidade de São Paulo. Eu tinha acabado de começar a estudar Engenharia Agrônoma.
Eu já era cristão. Na verdade, foi um privilégio crescer em uma família cuja fé me deu o amor pelo Senhor por meio das Escrituras. Durante toda a minha infância e adolescência, lembro bem da tradição familiar de lermos a Bíblia e orarmos juntos antes de ir dormir. Meu pai foi pastor por mais de 50 anos; assim que comecei a ler, ele me pedia para ler a Bíblia nas frequentes visitas pastorais que fazia para várias famílias.
Ainda assim, ir para a universidade em outra cidade, longe da minha família e com apenas 17 anos, trouxe grandes desafios. Nessa situação, o grupo estudantil da ABUB Brasil se tornou o lugar no qual minha fé cresceu e se conectou com a missão, particularmente com a missão de Deus no meu contexto. Junto com meus irmãos e irmãs em Cristo, cresci no amor do nosso Senhor.
Devagar, mas constantemente, três verdades importantes começaram a crescer e criar raízes na minha vida. A primeira é que Deus é a origem da nossa missão, a missão é dele em primeiro lugar e é um grande privilégio poder participar dela. De alguma forma, fui tocado profundamente ao entender que primeiro Jesus foi enviado para o mundo e depois ele nos enviou, dando-nos a sua própria missão como modelo. A segunda é que, para compreendermos o que Deus quer de nós, temos que mergulhar mais profundamente em um encontro pessoal e salvador com Jesus por meio das Escrituras. A terceira é que a obediência ao chamado de Deus significa ser enviado por ele para se conectar completamente com o mundo a nossa volta, com nosso próprio contexto, com as pessoas e com os desafios que enfrentamos na nossa realidade.
Deus é o centro e a origem da missão. Jesus é tanto nosso Salvador quanto o paradigma da missão para nós, sendo o nosso modelo de uma missão que se conecta profundamente com as pessoas e o contexto ao nosso redor. Essas lições pequenas, mas tão profundas, têm sido uma parte importante da minha vida e da minha obediência em missão ao longo desses anos.
Ricardo Borges, ricardo.borges@ifesworld.org
Secretário adjunto de Engajamento com as Escrituras